quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Reestruturação Produtiva de Retrocesso



Sob o ponto de vista panorâmico da região do Grande ABC, a redução dos níveis de produtividade do capital, o esgotamento do padrão de acumulação do sistema fordista, bem como grandes processos de privatizações fizeram com que a recomposição da indústria se expandisse diante à instabilidade desenfreada dos anos 90, da batalha pela final da extensa transição política, da presença em massa sindical nos locais de trabalho com as comissões de fábrica e da origem de modernas lideranças operárias e empresariais. Nas mesas de definição da política setorial, tradicionalmente compostas por representantes do governo e das empresas, encontravam-se representantes dos trabalhadores, o que marcou um novo momento na história das relações industriais no país, a negociação interna dos trabalhadores por direitos que o processo da reestruturação produtiva não legitimou.
O desemprego desencadeado e o ideal de que a máquina substituindo o homem o tornaria mais livre para se qualificar promoveram à intelectualidade do trabalho a força de garantir um governo democrático através de movimentos sindicais cada vez mais ligados aos interesses políticos.
O elo entre o trabalhador e empresa não é maior que o elo entre empresa e governo. Sempre a parte mais fraca paga pela ambição devastadora de se obter vantagens em tudo. A reestruturação produtiva modificou a mente do trabalhador, seu ambiente de trabalho, sua convivência familiar. O homem tornou-se máquina portanto não sensibilizou mais seus patrões que só enxergavam lucros.
Os fatores determinantes que contribuíram para reestruturação produtiva foram a instabilidade econômica devido a extensa transição política, o direcionamento do governo federal de investimentos às regiões metropolitanas e a concorrência no mercado interno.
Consequentemente o desemprego assolou o mundo do trabalho, a presença em massa sindical com as comissões de fábrica e a origem de lideranças operárias marcaram a luta em defesa do emprego.
Assim o capitalismo no Brasil teve um quadro recessivamente desenvolvido em que se referiu à produção de bens manufaturados e primários, dando à base política e econômica a identificação com o neoliberalismo, ou seja, uma nova forma de capitalismo dissimulado.
Deu-se então, a reestruturação produtiva que visava somente o lucro e a reestruturação da classe operária idealizada por líderes políticos que visavam o poder.
A República se transformou em um partido político idealizado por líderes sindicais.
Entre os sindicatos e o sistema político houve uma extensa margem para o investimento em corrupção. A Justiça se curvou. O braço do governo se extendeu ainda mais ao indicar seus julgadores. O Brasil se tornou uma nação cobaia em estado terminal nas dependências da ideologia democràtica. A região do Grande ABC foi uma das protagonistas do surgimento desse "regime" demasiadamente capenga que infectou atribuições a todas as ramificações do Estado. Houve uma nova reestruturação produtiva nos moldes feudais e que possuem características assemelhadas com a queda do Império Romano do Ocidente( século IV), onde as invasões bárbaras ameaçavam a troca de favores entre o Rei e os seus senhores. A nação brasileira retrocede em estado terminal.




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